"Ficar careca foi péssimo. Não achei graça nenhuma. Depois a gente supera, ia fazer o que, né? Mas fiquei muito triste. O pior é perder os cílios e as sobrancelhas, porque fica esteticamente muito feio. Com isso, vi que consigo superar tudo. Usei mais lenço durante este tempo. Tinha umas perucas também, mas esquentavam muito com esse calor do Rio de Janeiro. Coçavam e me deixavam nervosa", relembra.
Com todos estes desafios, a atriz diz que o apoio da família e dos amigos foi fundamental em seu processo de recuperação. Além disso, ela acredita que o blog que criou para falar sobre a doença também foi essencial nos momentos mais difíceis. O 'diário' de Márcia, aliás, pode virar livro, mas ainda não há nada confirmado.
"O apoio da minha família foi fundamental. Nesse momento, em que eu precisava ser cuidada, foi muito importante ter as pessoas que eu amo ao meu lado. O blog começou um mês depois que eu recebi a notícia. Era como um desabafo. Resolvi escrever o que estava na minha cabeça, e o retorno das pessoas me ajudou muito. Recebi muito carinho. De fãs, de pessoas doentes, de famílias que já tinham passado por isso... Quando você tem uma doença tão grave, parece que seu mundo é diferente do das pessoas saudáveis. Eu tinha necessidade de falar com pessoas na minha situação", explica.
Fotos de montagens antigas enfeitam o camarim da atriz
Trabalho
"Subversões 21", peça em que Márcia atua no momento, está em cartaz no Rio desde o começo do ano, mas a comédia é um clássico. A primeira montagem do espetáculo aconteceu 21 anos atrás, e a última foi apresentada em 2004. O elenco atual é o original - a atriz, Luís Salem e Aluísio de Abreu. No camarim, eles têm fotos antigas para relembrar os bons momentos no palco.
"A peça está reformulada, temos números e músicas novas, mas a receita é a mesma. Já temos tanto tempo trabalhando juntos... É um espetáculo muito especial para mim. Foi o de maior sucesso da minha carreira, e é muito legal poder estreá-lo de novo. E o melhor de tudo é que é feito entre amigos. Conheço o Salem desde a faculdade, e o Aluísio, desde 1989", destaca.
Prática, a atriz também garante que não tem nenhuma preparação especial para subir ao palco, nem superstições: "Chego, no máximo, uma hora antes da peça. Me arrumo rapidinho. Não aqueço voz, corpo, nada disso. Passo o som para conferir se está tudo certo e pronto. Depois de um tempo em cartaz, você já tem o domínio completo, já sabe o que fazer. Só bato três vezes na madeira antes de entrar."
Longe da televisão desde "Sete Pecados", sua última novela, Márcia acaba de fazer uma pequena participação em "Morde & Assopra", onde interpretou uma cafetina que tenta tirar a virgindade do personagem de Paulo Vilhena, e adorou. Perguntada sobre projetos futuros, ela diz que ainda não tem nada em vista e espera um bom personagem para seu regresso.
"Foi divertidíssimo fazer 'Morde & Assopra'. Trabalhar com o Vilhena foi ótimo. Pena que acabou. Quero encarar TV de novo em breve, sempre tenho vontade de trabalhar. Adoro! Mas ainda não tenho nenhuma proposta. Quero um personagem legal. Agora, o mais importante para mim é trabalhar com pessoas de que gosto. Só faço o que eu quero e tomo mais conta de mim", pondera.
Serviço: 'Subversões 21' - Sala Fernanda Montenegro, no Teatro Leblon - de quinta a domingo - 21h (quinta a sábado) e 20h (domingo)
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